Brasil / San Pablo
Autor: Suzana Silveira / Gabriel Dib
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Memória da Classe Operária

Um dos pontos que nos remete à ideia de São Paulo diz respeito à compreensão de uma cidade de e para o trabalho. De tal modo que se faz necessário falar da classe-que-vive-do-trabalho, a classe trabalhadora. Com o processo de industrialização da cidade de São Paulo nos anos 20 e 30, a paisagem urbana foi alterada, sendo ocupada por fábricas, indústrias, chaminés, galpões e vilas operárias sob o discurso do “progresso”. 

Dentro de uma certa ideologia desenvolvimentista, criou-se uma autoidentificação de São Paulo como a “locomotiva do país”, o centro econômico industrial do Brasil. São Paulo centraliza e protagoniza esse processo de modernização econômica, expansão urbana de modo espraiado e para além de seus limites municipais, impulsionando a criação de “novos” centros industriais em seu entorno, como é o caso de municípios conurbados e que passaram a formar parte de um conjunto denominado por ABC-Paulista (Santo André, São Bernardo e São Caetano), posteriormente agregando outros municípios como Guarulhos e Osasco. 

Não por acaso, há identificação direta de São Paulo a oportunidades de trabalho, entretanto igualmente relacionada a desigualdades (urbana, social, econômica) que também estão associadas à modernização econômica marcada em cada fase de reordenação do capitalismo.  

Mesmo considerando a determinação da industrialização para o ordenamento do território urbano, do qual a classe trabalhadora representa fator subjetivo imprescindível, a constituição de uma agenda política de patrimonialização e memória operária é desconsiderada ou não adequadamente considerada, como se pode verificar por imagens em muitos espaços concebidos outrora como vilas operárias.

Imagem da Vila Operária – Vila Economizadora, situada na região da Luz. (Créditos: Suzana Silveira)
Imagem capturada da Torre da Luz, localizada no Bairro da Luz, caracterizado pela presença da classe trabalhadora. (Créditos: Suzana Silveira)

Vila Economizadora, conjunto residencial operário, constituído entre os anos de 1908 e 1915, situada na região da Luz, zona central paulistana, vinculada à Sociedade Mútua Economizadora Paulista.

A Fábrica de Cimento Portland Perus, localizada na zona norte paulistana, é uma construção que teve início em agosto de 1924. Houve a criação de uma vila operária no entorno da fábrica com a construção de moradias e alguns serviços de infraestrutura urbana (energia, água, por exemplo) nos anos 1950. Desde o encerramento de suas atividades, há articulação entre movimentos sociais, destacando-se pela luta dos Queixadas (movimento sindical dos trabalhadores da Fábrica) para o estabelecimento de medidas voltadas ao tombamento do local visando a transformação do espaço anteriormente fabril em um lócus de memória pela criação do Centro de Cultura e Memória do Trabalhador.

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