A atualidade

Cidades, comunidades e fronteiras latinas imaginadas no mundo (CyCLI)

Foto: Ma. Adelaida López

É uma nova fase do projeto de pesquisa “Imaginários Urbanos” dirigido e iniciado por Armando Silva em 1998.

A nova fase se iniciou em 2021, sendo coordenado pela FLACSO Argentina e pela Universidade Nacional da Colômbia, convocaram-se mais de 30 equipes latino-americanas, propondo que os estudos dos imaginários urbanos, que resultam do processo de pesquisa, pudessem contribuir para a construção de espaços públicos a partir do urbanismo cidadão, impactando na melhoria da qualidade de vida nas cidades.

Quatro trabalhos estão sendo preparados:

  1.  Estudos de cada uma das cidades, comunidades e fronteiras que fazem parte da pesquisa.
  2. Uma primeira enciclopédia sobre as latinidades.
  3. Um conjunto de ensaios de especialistas internacionais que refletem sobre a questão: Como os estudos dos imaginários urbanos podem contribuir para o desenho das cidades?
  4. Uma Plataforma web pública e gratuita onde é possível consultar os arquivos das cidades, comunidades e fronteiras que fazem parte dos estudos, tanto da fase atual, como das anteriores. Ressaltamos que o acesso à bibliografia e a outros recursos também serão disponibilizados.

Além disso, estamos trabalhando em uma programação criativa para a divulgação dos resultados.

Mais informação:

https://drive.google.com/file/d/1s6FjqF0SgmkMJjzM1Hrd2P8LlNg1jwAb/view?usp=drive_link

Bairro Abajo (Barranquilla, Colômbia)

Foto: Diego Ceresuela Wiesmann

A partir de uma aliança entre a Escola Politécnica Federal de Zurique ETH (Suíça) / Cátedra de Arquitetura e Urbanismo e a Universidad del Norte (Colômbia), está sendo desenvolvido um trabalho em Barranquilla, especificamente no Barrio Abajo, integrando novas técnicas à metodologia dos imaginários urbanos. Acrescentam-se assim outras possibilidades de investigação e criação que permitem uma análise mais aprofundada da informação da cidade, integrando, por sua vez, uma equipe multidisciplinar, constituída por um grupo de urbanistas, arquitetos, engenheiros, biólogos, economistas e antropólogos, entre outros. Esses profissionais e técnicos atuam no local há vários anos, interligando diferentes camadas de conhecimento que envolvem diferentes áreas para uma compreensão mais holística da cidade que permite propostas mais eficazes e mais próximas das necessidades dos cidadãos.

Este estudo transdisciplinar busca fornecer outras perspectivas para a concepção, construção e desconstrução de espaços públicos na cidade. Dessa forma, buscamos examinar os caminhos do imaginário radical, compreendendo assim o efeito do pensamento coletivo na realidade material.

Mais informação:

https://klumpner.arch.ethz.ch/making/baq-fabrica-de-cultura

Europa imaginada

Foto: Michael Walczak

O arquiteto Hubert Klumpner da Urbanthinktank_next (UTT), e sua equipe da Cátedra de Arquitetura e Design Urbano ETH Zurique (na América do Sul e Europa), propuseram levar a metodologia Urban Imaginaries para diferentes cidades européias onde trabalham.

Em 2021, Christoph Thun-Hohenstein, diretor da Bienal de Viena – Vienna Biennial For Change (inspirada em Urban Imaginaries) – contratou a UTT para criar uma amostra para a exposição, que foi apresentada como “Designing Urban Imaginaries”, um conceito que significa examinar as múltiplas crises emergentes na Europa através de um arquivo de projetos metafóricos práticos, apresentados a partir de três perspectivas contemporâneas: urbanização, digitalização e ecologização.

Desta forma, iniciou-se a recolha de informação de cidades como Viena, Shenzhen, Sarajevo, Tirana, Belgrado e Madrid noutras. Juntando-se assim às cidades que já fazem parte dos estudos dos Imaginários Urbanos desde a sua primeira fase.

 Mais informação:

A evolução da metodologia dos imaginários urbanos

Atualmente, Armando Silva, juntamente com uma equipe de colaboradores, está trabalhando em dois conceitos que se somam à trajetória dos imaginários urbanos na evolução da pesquisa para a intervenção:

Imaginário radical:

(radicalis: que fez novas raízes) é entendido como o surgimento de uma força social que transforma um lugar, um local, um objeto, uma história, para promover a democracia e o bem comum.

O caso da migração de culturas muito diferentes das locais de uma cidade permite ver como um imaginário radical é criado nesse novo espaço social.

Irrupções imaginárias:

São ações que, devido à sua força estética e performativa, causam uma quebra na rotina devido ao seu alto valor emocional e simbólico, passando a ser registradas na memória coletiva de uma cidade ou região.

É o caso das marchas das Mães da Praça de Maio em Buenos Aires, Argentina, que surgiram como um apelo, pela aparição com vida de seus filhos e filhas, cujo paradeiro era desconhecido durante a ditadura militar dos anos 70. Essas marchas continuam ocorrendo todas as quintas-feiras desde então.

Também o caso do ataque às Torres Gêmeas nos Estados Unidos, assim como muitos outros exemplos que poderiam ser mencionados.

Atualmente, está sendo feito um trabalho que permeia os dois conceitos, o Imaginário Radical e as Irrupções Imaginárias.